EDUCAÇÃO
Ensino médio politécnico e avaliação emancipatória estiveram em debate
na ALRS
Cristiane Vianna Amaral - MTE 8685 | Agência de Notícias - 12:24-12/11/2013 - Edição: Letícia Rodrigues - MTE 9373 - Foto: Karine Viana
Cristiane Vianna Amaral - MTE 8685 | Agência de Notícias - 12:24-12/11/2013 - Edição: Letícia Rodrigues - MTE 9373 - Foto: Karine Viana
A Comissão de
Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia promoveu audiência pública
sobre a implantação compulsória do ensino médio politécnico e a avaliação
emancipatória, bem como suas repercussões na qualidade de ensino da rede
pública estadual. O debate, proposto pelos deputados Maria Helena Sartori e
Gilberto Capoani (PMDB), foi realizado na manhã dessa terça-feira (12) no
Teatro Dante Barone. A deputada Zilá Breitenbach (PSDB) conduziu os trabalhos.
Maria
Helena justificou a audiência pelo fato de ter recebido diversas
manifestações, de diferentes cidades, questionando das reformulações. A
deputada quer saber o que está efetivamente acontecendo no ensino médio gaúcho.
Ela está preocupada com a carga horária para seminários, que no terceiro ano
chega a 75% do total. “Temos relatos que esse tempo virou hora livre.”
A vice-presidente
da União Gaúcha dos Estudantes (Uges), Letícia Moreira, informou que a entidade
tirou uma resolução sobre o ensino médio politécnico. Ela relata que
essa é uma demanda antiga dos estudantes “que atenda os anseios da
juventude” e que acredita que a implantação do processo possa significar
um avanço na educação. Informou que a entidade defende o
aperfeiçoamento dos professores, a ampliação da infraestrutura e é contra a
aprovação automática. A representante da Uges revelou ainda que os
estudantes ainda têm muitas dúvidas quanto ao novo sistema de avaliação por
conceitos.
A presidente da
Federação das Associações de Círculos de Pais e Mestres, Berenice Cabreira da
Costa, denunciou que a maioria das escolas estão carentes tanto de
infraestrutura, quanto de formação para os professores. Ela criticou ainda a
pressa com que foi aplicado o politécnico. “Professores não estavam preparados
e os pais não conheciam o programa.” Berenice cobrou uma avaliação da
implementação da reformulação curricular.
O representante do
Conselho Estadual de Educação, Augusto Deon, disse que o órgão está cumprindo
sua função fiscalizadora e defendeu o diálogo permanente. “O debate não está
esgotado no Conselho.”
Cpers defende
igualdade de condições
A presidente do
Cpers/Sindicato, Rejane Oliveira, se posicionou de forma contrária a
reformulação. Ela acredita que o que está sendo implantado no estado não é o
ensino politécnico. Para a presidente, o politécnico deve garantir que os
alunos da classe trabalhadora se desenvolvam em todas as dimensões e que tenham
as mesmas condições dos estudantes das escolas privadas.
Para Rejane, o
governo não fez um debate com a comunidade escolar e afirmou que a escola
pública está a serviço do mercado e das necessidades do empresariado gaúcho. “Nossos
estudantes esão perdendo a oportunidade de escolher uma profissão e chegar na
universidade”
O Cpers defende
ainda a aplicação de 35% da receita líquida do estado em educação. A presidente
criticou ainda um projeto que tramita na Assembleia que instalaria a
meritocracia no estado.
Estado quer um
aluno ativo
A
secretária-adjunta estadual da Educação, Maria Eulália Nascimento, acredita que
o aluno não é um depósito de conteúdo. Para ela, o aluno ativo constrói
pesquisa em "conhecimentos necessários e culturalmente relevantes".
Isso justificaria o novo método de avaliação. “Não é possível continuar com a
avaliação meriocrática; por isso a avaliação emancipatória, que avalia o
aluno em relação a ele mesmo.”
Eulália afirmou que
o seminário integrado não é um espaço livre, nem uma disciplina. E ressaltou
que a carga horária foi ampliada para três mil horas por ano. “Os alunos não
são mais os mesmos. O mundo mudou.” Eulália revelou ainda que esse
processo de construção de um novo currículo está em curso em todos os estados
brasileiros.
Manifestaram-se também alunos e professores de diferentes escolas
do estado.
In: http://www2.al.rs.gov.br/noticias/ExibeNoticia/tabid/5374/Default.aspx?IdMateria=288923