sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Indescritível

Era segunda-feira. Uma manhã fria, mas aconchegante. Eu sentia que algo bom iria acontecer. Andei até a escola, passos curtos, e acabei atrasando-me. Na fila, um novo aluno. Quem poderia ser ele? Era diferente, parecia ter um problema na coluna; ele estava com as costas levemente curvadas para frente. Tinha cabelos negros, batendo nos ombros, franja comprida. Ele estava despenteado. Era brando, pálido, e possuía profundos olhos negros, com grandes olheiras. Vestia uma camisa branca larga e uma calça jeans igualmente larga. Entrei para a afila, ao lado daquele garoto. Tremi. Algo estava me dizendo que ele era bonito. Não achei conveniente, mas ele também não era feio.
Na sala, o professor pediu para que ele se apresentasse. Seu nome era Ryuzaki. Já esperava um nome japonês por causa dos olhos puxados, por isso não achei estranho. Ryuzaki tinha 14 anos, e parecia ser inteligente. Ryuzaki tinha uma bela voz, e certo ar misterioso. Sentou-se ao meu lado, corei. Percebi que ele sentava-se de maneira diferente do que o resto da turma. Ryuzaki colocou os dois pés em cima da cadeira, colando os joelhos ao peito, e não tirava o dedo indicador direito da boca, e a outra mão repousava no joelho.
Ryuzaki era mesmo diferente, mas falava tão docilmente que me atraia, e percebi que ele era muito inteligente quando tudo certo. Então ele finalmente falou comigo. Na verdade, foi uma pergunta. Perguntou-me se eu queria ajuda. Realmente eu não havia entendido, então aceitei ajuda. Seu rosto tão perto me dava arrepios. A sensação era indescritível. Tê-lo tão perto, mas tão longe ao mesmo tempo era doloroso. Mas eu podia vê-lo todos os dias e, para mim, só isso bastava.

Melhor redação do ano de 2012 da Escola Gustavo Nordlund, produzido pela aluna Júlia da turma 81. Parabéns pela bela construção literária, digna de prêmio.

Abuso de dinheiro público

O início das obras para a copa no Brasil me levou a um impasse. O governo vive falando que não tem dinheiro pra saúde, educação, deras saneamento, num país que não dá prioridade à educação. Com olhos públicos que demoram anos para serem votadas, e construídas.
O aumento do valor das obras para a copa não é novidade, num lugar onde tudo é superfaturado e manipulado. Talvez a copa traga progresso mais para quem? Ganhar bilhões em obras em pouco mais de um ano, me faz perguntar de onde sai e vai sair todo esse dinheiro?
O povo gasta, paga imposto e não se investe no que realmente precisa, apenas se vê o dinheiro sendo usado na construção de estádios de futebol que nem serão freqüentados pelo povo (a maioria). Ter-se-ão investimentos nos hospitais, na segurança, no transporte quem assegura que isso continuará depois da copa.
Gastar bilhões num torneio futebolístico é talvez um erro, enquanto professores não têm um salário que sustente a própria família, e trabalhadores que pagaram seus impostos em dia, usam transporte de péssima qualidade. O governo libera verbas sem fim para a copa. Será que ninguém sabe que investe no povo é investir no país?

Aluna Daniela, 8ª série, julho de 2012, Escola Gustavo Nordlund 

Dinheiro jogado fora

‘A copa do mundo receberá 30 bilhões dos cofres público. ’ E depois da copa? O que vai adiantar? Algo que vai ser investido em esporte, o dinheiro que poderia ser utilizado para reformar hospitais, criar escolas, asfaltos ruas...
Os cidadãos jogam impostos pensando em melhorar a cidade e o país, e no final é investido em Copa do Mundo, só para se exibir ante outros países. Pagamos impostos para investimentos inteligentes, e não uma bobagem como a copa, só para ver pessoas que ganham um monte por correr atrás de uma bola, e o cidadão está ‘pagando para os jogadores’, literalmente. É por isso que o Brasil não cresce, ao invés de investir não cresce ao invés em educação e saúde, os políticos querem reformar estádios não cresce, ao invés, mas depois da copa será dinheiro jogado fora!
O dinheiro que o povo paga de imposto deve ser investido em coisas importantes, não em coisas relativamente insignificantes como a copa (apesar de que muitas pessoas pensem o contrário).
Não entendo que graça tem ver alguém dando pontapés em uma bola, que ganha milhões para isso, e o cidadão trabalhando duro e ganhando pouco, e depois pagando impostos para inutilidades, pensando que seu dinheiro será de bom uso para a sociedade.

Sou claramente contra a copa receber 30 bilhões. Repito que é dinheiro jogado fora, porque creio que os políticos querem que o Brasil fique “bonito” para a copa, enquanto está “feio” para o povo. E os políticos prometem ‘isso’ e ‘aquilo’ e no fim quer ver os estádios com estrutura para a copa, enquanto tem estrutura medíocre para hospitais, escolas, transporte público, ruas, esgotos, etc.
Querem que o Brasil seja um bom país, mas não investem no bem da população, querem ver os estádios mais bonitos que o próprio país, querem disfarçar a pobreza com 30 bilhões na copa, querem camuflar o país ruim que o Brasil investindo naquilo que os turistas querem ver, mas não investe no que o povo quer ver.

Aluna Júlia, 8ª série, Escola Gustavo Nordlund, julho de 2012